A Suddha Dharma1 (Pura Lei ) revela-se ao clamor daqueles que se dedicam a um aprofundado estudo da finalidade da vida à luz do Suddha Dharma Mandalam. A sua excelência reside no fato de ser aplicável a todos os homens, em todos os lugares e circunstâncias, e em todos os tempos. Em geral os ensinamentos e práticas do Suddha Dharma servem para pessoas de toda natureza e sua compreensão é destinada a incutir um benéfico e fraternal senso de igualdade, fé, devoção e adoração, entre as várias camadas da população mundial.
Suddha Dharma é Doutrina do Coração. Ela trata da relação existente entre espírito e matéria como um todo harmônico. Adota o enfoque transcendental (ou Brâhmico). A pessoa que mais precisamos compreender somos nós mesmos e é preciso ter paciência conosco. Devemos fazer do esforço de auto-conhecimento nossa meta - ampliar a compreensão de quem somos nós.
Os Anciãos do Mandalam sustentam que o estudo das questões individuais nos orienta para a compreensão dos problemas universais e é por isso que devemos estudar a natureza do Homem e do Universo e de sua posição relativa na existência cósmica. O Homem, ao ajustar sua vida interna com sua vida funcional externa, terá como resultado realizar através desta SÍNTESE (Yoga) a Onipresente Divindade2.
Podemos afirmar que a Yoga, em seu sentido mais amplo, significa uma realização progressiva do destino do Homem, através da obtenção da cultura plena. Isto pode ser obtido unicamente pelo aumento da percepção e pelo aprofundamento do discernimento. É com esta conotação que utilizamos a palavra Yoga neste texto. Reiteramos que a Yoga é um processo incessante de empenho, esforço, aplicação e participação no Plano Divino para que, se chegue a realização ou compreensão íntima das mais nobres excelências em toda a Criação.
Os sofrimentos do mundo são muitos e insuportáveis e isto é assim porque a natureza do Homem está enraizada no egoísmo. Egoísmo é aquela postura individual3 em que um homem considera tudo sob uma perspectiva inteiramente pessoal; isto estreita e limita sua perspectiva e inclinação.
Todos nós desejamos, visamos e empenhamo-nos para alcançar a liberdade. Isto significa que desejamos nos libertar do egoísmo. Nós queremos ser livres mas não queremos nos privar de nosso egoísmo. Liberdade e egoísmo são iguais e diametralmente opostos em seu poder sobre o Homem. Não é possível ter concomitantemente a ambos: onde está um o outro está ausente. O empenho do Homem em querer ser livre sendo ao mesmo tempo egoísta é a causa das misérias. O homem normalmente questiona o que é a liberdade, mas geralmente o faz entre os resquícios do egoísmo.
Nós nos permitimos ser negligentes com nossas ações e chamamos a isto de liberdade física e, ainda mais, de coragem. Nós falamos inconseqüentemente, sem restrições e chamamos a isto de liberdade da palavra. Nós permitimos que nossa imaginação corra de forma aleatória e desordenada e chamamos a isto de liberdade mental. E, finalmente, chamamos de liberdade intelectual aquela em que opiniões odiosas são disseminadas, deturpando o saber.
Apesar de fazermos todas estas coisas, nós as repudiamos nos outros. Por que? Porque todas as nossas idéias sobre libertação estão equivocadas e irrevogavelmente baseadas no total egoísmo, que é a sede da escravidão. As pessoas no mundo pensam ou são levadas a pensar que a liberdade é direito inato no Homem, resultando dessa falsa premissa a execução de ações indiscriminadas e a emissão de palavras impensadas, tudo sem limites de critério e consideração, o que tem conduzido o planeta a este estado caótico em que hoje se encontra.
A liberdade encarada meramente como um direito inato no homem pode ser um conceito político superficial e astuto, mas jamais uma concepção verdadeira e espiritual. O reconhecimento da escravidão em todas as suas formas é a primeira realidade que um aspirante deve questionar dentro de si mesmo.
“ANITYAM ASUKAM LOKAM’’. A essência espiritual mais profunda na frase é ANITHYA sendo que ALIPTA é inteiramente livre. O esforço do homem é para entrar em sintonia com esta essência livre, mesmo estando escravizado, conforme foi dito, a fim de que possa compreender a natureza da liberdade atribuída aquela essência espiritual interna mais profunda, Em outras palavras, o homem tem que conquistar a liberdade (MOKSHA)4, pois ele nunca é livre por nascimento.
A Ciência da Yoga (Yoga Vidya) ensina como Moksha pode ser efetuado propondo para tal um processo subjetivo5.
Portanto liberdade não é uma aquisição espontânea como o termo “direito inato” denota. No processo do mundo todos são governados pela Lei Eterna Universal (SANÁTANA DHARMA). Nossa maior liberdade consiste em conhecer o que exatamente esta “Lei” é, e, se escolhermos atuar de acordo com Ela alcançarmos finalmente a Brahma Prapti.6
Estudiosos da Yoga fariam melhor em ser estritamente cuidadosos em suas palavras. Nota-se que os termos sânscritos indicando liberdade - “SWATANTRA” e “MUKTI” - têm freqüentemente um significado “adhyatmico”(espiritual) e nunca um significado “prakritico” (material), especialmente quanto ao plano físico. Liberdade física não existe no sentido estrito do termo “liberdade”. Se o físico necessita especialmente ser burilado ele deverá ser sempre mantido sob o controle de condicionamentos específicos.
Na literatura clássica Indiana, liberdade física, de qualquer natureza, nunca é mencionada; somente liberdade espiritual (átmica) o é. Enquanto liberdade espiritual ou átmica representa e acentua a glória da liberdade individual, a indulgência física conduz ao caos, confusão e destruição. No autoconhecimento, somente nele, está a chave para alcançarmos a liberdade.
Até o advento de Sri Krishna e Arjuna, os dois principais caminhos conhecidos respectivamente como “Pravritti” e “Nivritti”, eram distintos e separados, como se fossem opostos entre si. Entende-se por “caminho Pravritti “, o caminho do gozo material na vida cotidiana e por “caminho Nivritti “ o caminho da realização espiritual na busca da Divindade. Assim, quando a vida no mundo material era o caminho trilhado, o caminho espiritual era totalmente abandonado. Quando o caminho espiritual era tomado, a vida material, incluindo as afinidades com parentes, vizinhos e amigos, era rudemente desconsiderada.
Isso continua a ser assim, mesmo atualmente, em grande proporção. Em ambos esses caminhos, o elemento da separatividade resultando em “SWARTHA DOSHA” ou “heresia da auto-centralização pessoal” continuará profundamente presente. Arjuna, estando no domínio de tal situação, rendeu-se ao Senhor e à Sua Doutrina. A ele foi concedido ser, no mundo, um Yogue a lutar. E assim, conjuntamente, isto foi concedido ao mundo.
O Homem, como alma em evolução, está por travar a batalha de vida e deve fazê-lo em uma atitude yóguica. E um Yogue, no mais verdadeiro sentido, é aquele que se eleva por ter equanimidade em todos os seus pensamentos, em todas as suas palavras e em todas as suas ações durante sua vida material, tudo entregando ao Cósmico Brahman, o Absoluto presente no coração de todos os seres como Atman. Esta é a salvação ao alcance de todos os seres humanos; esta é, pois, a suprema finalidade da existência. Que tipo de salvação é esta?
É dito pelos Suddhas que existem incessantes demandas dos seres humanos na vida. Elas se referem àquelas aspirações e desejos nossos, geralmente classificados como de ordem material e de ordem espiritual. Estas aspirações verdadeiramente desejadas por todos são fundamentais no governo intimo de nossas vidas. A não realização delas (reprimindo-as ou negligenciando sua consecução) acarreta profundos e acentuados distúrbios no equilíbrio da existência. A defesa primordial dos grandes ensinamentos Suddhas é que estas duas aspirações competidoras dos seres humanos (as materiais e as espirituais), tornem-se frutíferas, conduzindo-nos assim ao caminho de vida da Suddha Dharma, como está exposto no Gita.
Dharma7 tem sido sempre o suporte principal da solidariedade humana, individual e coletiva, sendo chamado como o caminho da permanência passageira ou da curta jornada de vida nesse processo do mundo, Todavia, a mente da atualidade tem questionado o significado da expressão “Dharma”. Isso não é nenhuma surpresa já que a austeridade na escolha do “fazer” ou “não fazer” associada à concepção do termo “Dharma” visto sobre o enfoque religioso, parece impor uma restrição sobre a natureza da liberdade humana, por aproximar problemas do cotidiano da vida com aquelas questões dos ditames do coração de cada um.
Isto é absolutamente verdadeiro. A razão disto é que essas injunções dhármicas há milhares de séculos atrás, foram promulgadas não intrinsecamente sobre a natureza humana, e sim, meramente, como determinantes das relações externas em termos de leis, obrigações, observâncias religiosas e assim por diante.
O poder de sustentação estando enfraquecido neste Yuga (nesta era), acarreta fracassos. Isto fica evidenciado na decadência natural de antigas regras de castas (na Índia) e de outras formas culturais de concessão de distinções individuais (no mundo em geral).
A concepção do termo “Dharma” é definida atualmente de acordo com autoridades de elevados recursos de pensamento como se segue:
“Aquilo que regula o modo de viver, harmonizando os ditames do coração em relação a motivações autoprotetoras.”
Tal novo significado liberta o termo “Dharma” da estreiteza de seu uso durante tanto tempo, como sendo meramente a medida das proibições internas de cada um. Eleva o termo a uma posição renovada de proteção natural e ativa. Em termos de Suddha Dharma, a salvação à qual nos referimos anteriormente, com relação à realização material e espiritual, torna-se conseqüência natural.
Todo Dharma tem a divindade como base o como meta. O devoto hábil transfere sua vontade individual para a Vontade de Deus, através da rendição. Este ato de entrega realiza finalmente na sua vida a consumação devocional por ele buscada.
A concepção yóguica de que todos os seres humanos se organizarão em uma única classe em busca deste propósito nesta era, se constitui em um golpe decisivo a todas as idéias de separatividade e eleva “Swatantra” ou “liberdade” ao nível da igualdade (entre todos os seres). Porém a Lei da Fraternidade exige esforço para restaurar a harmonia quebrada ao seu redor e para renunciar à desarmonia. Um seguidor do Suddha Dharma percebe em todos os seres uma eterna existência de não separatividade. Nós temos o direito soberano de alcançarmos a auto realização.
A natureza inata do homem leva-o sempre a esquivar-se e a vagar a esmo buscando o que lhe convém, ainda que seja em detrimento dos outros. Ele nunca é constante. Ele chama equivocadamente de liberdade suas iniciativas próprias de caráter egoísta. E isto é a causa de todos os conflitos.
Enquanto liberdade em seu autêntico sentido é aquela que por si mesma diz respeito ao plano mental no ato de pensar, no plano físico, liberdade deveria restringir-se especificamente as leis que governam a esfera social.
Se aquilatarmos bem o valor da liberdade, veremos que ela é realizada em sua extensão máxima, quando dá igual consideração; tanto aos interesses próprios, quanto aos interesses dos outros. Quando a liberdade é exercida intrinsecamente e há unia transmutação íntima dela como um dever moral, a reverência à mesma deveria envolver não apenas o indivíduo mas também todo o interesse comum. Isto feito continuamente canalizaria recursos de proteção nas leis referentes à coletividade.
Na continuação da luta nacional pela libertação da índia foi formado um Congresso Nacional no ano de 1885, cujo centenário foi comemorado em Bombay, na última semana de dezembro de 1985. Em apoio ao movimento, especialmente após Gandhiji assumir a condução do mesmo, muitas pessoas sentiram-se motivadas por um tremendo desejo de liberdade. A Libertação (da índia) passou a ser uma aspiração coletiva pela qual todos foram movidos a sacrificar alguma coisa: estudantes sacrificavam seus estudos, comerciantes seus negócios e dinheiro, profissionais diversos sacrificavam seu trabalho. Naquele tempo eu ainda era um estudante universitário, estudando Filosofia em Banaras e também desisti de meus estudos para participar do movimento.
Todos os pensadores progressistas e eminentes personalidades de todos os ramos profissionais estavam mergulhados na luta. A proposta era a liberdade política a ser obtida sem inúteis derramamentos de sangue, em um esforço maciço de luta sem violência (ahimsa), totalmente desconhecido até então e que tornaria a Índia apta a construir uma moderna sociedade democrática. Sociedade esta que deverá continuar funcionando em ordem para finalmente alcançar a vitória contra os desafios do tempo. Os valores deviam mudar assim como um planejamento deve ter diferentes objetivos para se adequar às necessidades de cada época.
Srí Subramanyam, um dos membros fundadores do Congresso Nacional Indiano e um dos maiores filhos da índia, foi escolhido e autorizado a revelar sobre os propósitos do Suddha Dharma Mandalam, e a revelar sobre a existência da Divina Hierarquia. O objetivo desta revelação foi o de fazer lembrar e levar as pessoas a conceberem que existe uma sempre presente Hierarquia de Adeptos do BRAHMOPASANA, adeptos estes cujo único dever é prestar auxílio à sofrida humanidade deste planeta.
Como eu era um estudioso do GITA durante todo este tempo, me foi possível não transformar em fanatismo os desejos humanos em si mesmos e nem zombar da vida, mas ser equilibrado para manter-me em uma vida superior, digna de um Yogue agradecido pelos ensinamentos do Suddha Dharma, que foram dados a conhecimento público em 1915.
Afortunadamente eu mantive firme convicção nas explícitas explanações sobre a síntese (ou explanações sintéticas), outorgadas pelos singulares ensinamentos que tratam das mais variadas questões. Isto fez com que eu descobrisse, oportunamente, que a liberdade significando meramente um direito inato do Homem pode ser um necessário conceito político naquela transição da Nação mas não exatamente uma verdade espiritual completa.
Um dos maiores objetivos do Suddha Dharma Mandalam é o de dar uma condução correta quanto ao conhecimento da Yoga (Síntese) e de sua prática. A liberação do conhecimento necessário em seu devido tempo, como uma concessão da GRAÇA DIVINA, é amplamente demonstrado pelo Senhor no GITA (Cap.11, vers.5), onde Ele diz:
“Para a preservação dos Mundos EU promulgo a ciência de acordo com as necessidades de cada tempo”. O termo “VIDHANAM’, na versão original em sânscrito, significa ciência tanto na teoria como na prática. Em suma, nos dias de hoje está obviamente presente a necessidade de que os ensinamentos yóguico da Suddha Dharma sejam revelados. Em conseqüência desta revelação surgirá a convergência da Yoga para a Suddha Dharma e vice-versa8.
A teoria da Yoga proposta pelo Senhor comprova o fato de como a Síntese permite o preenchimento completo da trajetória da existência que está sujeita às forças de Gnana, Iccha e Kriya e comprova também como um contato vivo com a Yoga deve ser estabelecido pelos indivíduos, independente da natureza de seus objetivos, para se alcançar a realização (da vida). Prova também que, na ausência de uma linha de vida pautada na Síntese (Yoga) é inevitável o retardamento na progressão evolutiva do indivíduo, da sociedade ou mesmo da humanidade como um todo, conforme o caso.
A disciplina serve para avançar ao longo do caminho da verdadeira Raja Yoga e engloba Bhavana, Karma e Dhyana, Este é um método praticável da mais agradável maneira. Por meio dele a mente é conduzias sob controle e gradualmente pela consciência (ou através da conscientização). A atividade mental será portanto a base efetiva na qual esta forma de Yoga há de ser conduzida.
NÃO HÁ LIMITES PARA O PROGRESSO DO HOMEM. Mas, a menos que ele consiga uma purificação completa dos conteúdos internos de sua consciência (recordações ou memória, costumes ou hábitos, motivações ou convicções) ele não estará apto a acessar os elevados ensinamentos superiores da ideação universal e nem terá o natural privilegio do contato e da interligação com Sábios (Mestres de Sabedoria) primordialmente ocupados na execução do Plano Divino.
O Homem, devido às suas arraigadas idéias sobre liberdade, que ele geralmente entende como lhe apraz, infelizmente não consegue restringir-se com moderação em seus próprios limites.
Discordâncias na esfera do pensamento descendo â esfera das ações leva a conflitos de palavras e atos. Para evitar este tipo de conflito, pois eles geram desarmonia, deverão, necessariamente, existir leis limitadoras destes impasses. Quando o indivíduo compreende estas regras tais quais são, como sendo necessárias, há uma conseqüente e voluntária restrição de liberdades físicas, liberdades estas que, se pervertidas ou desenfreadas, afetariam diretamente as mesmas liberdades nos outros, Tais restrições são necessárias para infundir um senso de disciplina dentro da mente.
Estudiosos da Yoga fariam bem em serem restritos em suas formas de expressão, usando sua palavra para o absolutamente necessário, o que os levaria ao verdadeiro significado do termo sânscrito Satyavachana (veracidade). Por outro lado esta atitude no uso da palavra assegura proteção ao veiculo Akashico do Homem.
Estas são nossas considerações sobre a genuína Liberdade.
Sri T. V. Ananthram
NOTAS DE RODAPÉ
A Suddha Dharma com significado de Pura Lei ou Lei Eterna será grafada sempre em itálico, neste texto, O Suddha Dharma com o significado do conjunto de ensinamentos e práticas da Suddha Dharma ou Pura Lei, será seguido pela palavra Mandalam.
A Síntese (Yoga) leva-nos à internalização integral ou realização íntima da presença de DEUS em tudo e em todos. E nos permite colocar em prática, tanto na nossa vida interna como na nossa vida funcional (que se traduz em nossos comportamentos e atitudes diante de nossa relação com o ambiente e com os demais seres viventes) a compreensão da Onipresença da Divindade (a presença de Deus em tudo).
Entendendo pelo termo “postura individual” o sistema individual de crenças e convicções e suas conseqüentes atitudes e comportamentos pessoais.
Moksha ou liberação ou ainda libertação é o quarto PURUSHARTA ou o quarto dos propósitos humanos e acontece em quatro etapas, no corpo causal ou cognoscitivo que é o corpo realizador das ações o Ator. Trata-se de um processo de purificação construído pelo ser humano como um meio para alcançar o Absoluto através de sucessivas etapas de superação.
Processo este baseado em postulados ou “leis” de resultados exatos quando corretamente aplicados.
BRAHMA PRAPTI - É o mais elevados dos propósitos humanos (Purushartas) e significa alcançar finalmente o objetivo supremo de realizar Deus no mais íntimo de nosso ser interno. Esta Realização acontece em um estado de consciência muito sutil, muito além do estado de sono profundo ou do estado yóguico: é um estado de consciência ao qual nomeamos na literatura Suddha de estado de bem-aventurança (Turiyatita). Consultar à respeito os Capítulo XIV e XV do Bhagavad Gíta, Edição do Suddha Dharma Mandalam.
Dharma - segundo Annie Besant, Dharma é um termo sânscrito que poderia ser resumidamente traduzido com o significado de dever. Caracteriza-se em cada indivíduo pela soma do grau de seu desenvolvimento interno mais a lei ou regras pessoais de conduta que determinam o seu próprio desenvolvimento no período evolutivo seguinte, isto é, a natureza interior no ponto por ela já alcançado mais a lei ou regras para o crescimento no estágio imediatamente seguinte na linha de sua evolução. Assim podemos entendê-lo como a Filosofia de Conduta (o mesmo que o cânone budista define como Lei Sagrada). Cada indivíduo, cada nação, cada religião tem portanto seu Dharma específico, inerente a sua própria natureza interna e portanto inalienável, E isto vai modelar sua vida exterior, expressando-se através de pensamentos, palavras e ações. É pelo Dharma que cada indivíduo torna-se externamente o que ele realmente é internamente. De maneira semelhante cada nação, cada religião tem seu Dharma ou sua tônica no “concerto universal”. Em suma, Dharma é, pois, a natureza interior que alcançou em cada indivíduo, um certo grau específico de florescimento.
A Síntese do ajustamento entre a vida interior e a exterior levando à aplicabilidade do conjunto de leis ou deveres do Dharma transcendental e individual e vice versa, ou seja, o Dharma Suddha conduzindo os seres humanos à Síntese a ser realizada em sua própria natureza humana.