Vida Consciente

Uma proposta de aprendizado da Vida Consciente nasceu durante a primeira reunião para a criação da Universidade do Coração, realizada no Rio de Janeiro no início de fevereiro de 2012. Cabe à futura Universidade do Coração, dentre outras ações, descrever as estratégias para que qualquer indivíduo possa viver a vida de maneira consciente, interagindo com a sua comunidade, tal como se vê em todos os projetos desenvolvidos pela Grande Síntese.

Viver de maneira consciente é mais difícil do que parece. A vida nos impõe pressa, e nem sempre sabemos onde ir, nem qual o melhor caminho a seguir. E assim se caminha a passos largos em direção à solidão. Atitudes solidárias e fraternas ocupam raros espaços no mundo competitivo em que se vive. O bem social se esvai para dar lugar a um indivíduo que se levanta e se deita com o objetivo de adquirir bens e, após cada conquista, a atenção é voltada para o próximo desejo. Chegar ao alto da “montanha” significa criar uma família, trabalhar em uma grande empresa, ganhar dinheiro e ser promovido. Não invariavelmente as doenças cardiovasculares chegam antes do pretenso sucesso.

Ética, justiça, amor ficam para mais tarde. O outro fica em segundo plano e o eu, sempre em primeiro lugar. Basicamente, as regras para se “viver bem” se resumem em: andar apressado, ser competitivo, pensar sempre no “eu quero”, “é meu”, “eu aspiro”... e ter sempre a TV como a melhor companhia. A Grande Síntese conseguiu romper com esta cultura do ter. Daí que a sua emergente Universidade do Coração estimule as pessoas ao seu redor a se integrarem, desenvolvendo ações para a melhoria das condições de vida nas comunidades do seu entorno.

O Projeto Vida Consciente, portanto, estimula as relações de “inter-ser”. O ser se dá nas relações de alteridade, de coração a coração, considerando os aspectos positivos e solidários que todos os seres têm dentro de si e que nos possibilitam experimentar da cultura de “Ser” – Ser bom, Ser gentil, Ser amoroso, Ser respeitoso conosco, com a família, com a comunidade e com o meio ambiente.

Ao difundir formas de viver a vida de maneira consciente, harmoniosa; a Grande Síntese alimenta a alma-verdade, a justiça, o acolhimento, a parceria, o respeito e a solidariedade. Alimenta, de igual modo, uma compreensão de corpo que integra o social e o individual, favorecendo uma relação com os alimentos livre de produtos químicos, de agrotóxicos, corantes e conservantes.

Vida Consciente implica em pensar com o coração e não apenas com a mente. Implica em desenvolver coragem para confiar na inteligência do coração, lembrando que a palavra coragem, de raiz latina cor (coração), significa viver com o coração.

Por onde começar?

O “Ser” para ser completo precisa se estruturar sobre três pilares: o trabalho, a disciplina e a espiritualidade. Sem trabalho, sem inserção social o “Ser” se isola e não há troca, não há crescimento nem prosperidade. Portanto, o trabalho é essencial para a melhoria do “Ser”. Da mesma maneira a disciplina. Sem ordem interior não há ordem exterior. É preciso organização, ritmo, rotina para a edificação do “Ser”. A espiritualidade é o terceiro pilar que estrutura o “Ser”, formado por corpo, alma e espírito. Reconhecer a importância de nutrir o espírito através da fé e da boa vontade entre os homens é alimentar o espírito que constrói e renova a humanidade.

De maneira concreta, o engajamento em ações que edificam o “Ser” podem ser realizadas em parceria com escolas, grupos de jovens, instituições religiosas, e qualquer grupo que tenha como objetivo colaborar com a construção de uma vida melhor para si e para a comunidade.

Em 2000, a Organização das Nações Unidas, ao analisar os maiores problemas mundiais, sugeriu que os seus países membros, entre os quais o Brasil, desenvolvessem ações para reduzir o sofrimento das populações. Para isso estabeleceu oito objetivos do Milênio, dentre os quais destacamos aqueles enaltecidos pela Grande Síntese para melhorar a qualidade de vida do seu entorno. São eles:

1. Acabar com a fome e a miséria. Comer é a mais básica das necessidades humanas. Junto com a água, o alimento é a principal fonte da vida. Devemos nos mobilizar contra a fome e a miséria. Na Grande Síntese há várias iniciativas nos programas de formação de voluntários e facilitadores que se fundam no esforço para que a comunidade se torne próspera: há a distribuição da sopa, do arroz doce; há o estímulo para a criação de pequenos negócios e também a reflexão sobre o que é uma boa alimentação e as vantagens de se consumir alimentos in natura, sem conservantes ou agrotóxicos, sem necessidade de haver sacrifício de animais. Há várias atividades promovendo a educação alimentar e estimulando o aproveitamento integral dos alimentos na comunidade, escola, clube e instituições religiosas. Neste sentido, o próprio site da Universidade do Coração se pretende como um “Mural da Cidadania”, com artigos sobre os hábitos para uma boa alimentação e a importância de se atuar na prevenção da desnutrição. Vez por outra, a Fazenda Mãe Natureza capacita grupos de pais de alunos para ensinar o melhor aproveitamento dos alimentos e para evitar desperdícios. Os seus refeitórios adquirem os seus produtos junto aos pequenos produtores locais, estabelecendo parcerias que ajudam a desenvolver a cultura local. Além de tudo o trabalho na horta da fazenda estimula o comércio solidário e o desenvolvimento de hortas caseiras entre os vizinhos e as escolas do bairro.

2. Educação básica de qualidade para todos – crianças e adultos devem ter acesso a educação. A Grande Síntese desenvolve, dentro do Projeto Curtindo o Coração, uma escola experimental para crianças, conduzida por voluntários, onde disciplina, respeito e cooperação são reforçados a partir de um ambiente que acolhe e respeita os alunos em sua singularidade.

3. Igualdade entre os sexos e a valorização da mulher. As mulheres são maioria nas principais funções de direção da instituição e todos os trabalhos, inclusive de cozinha, são desenvolvidos igualmente por homens e mulheres. Toda a instituição zela para que a mulher tenha reconhecida a sua condição de igualdade, estimulando iniciativas que eliminem as situações de abuso, exploração e maus tratos. Os trabalhos voluntários, em geral, possibilitam a conscientização e a melhoria da autoestima das mulheres, promovendo a valorização e o respeito em todas as fases do seu ciclo de vida (infância, adolescência, gravidez, maternidade, velhice).

4. Redução da mortalidade infantil. As atividades desenvolvidas na Fazenda Mãe Natureza têm uma influência determinante nos cuidados das mães com os seus bebês, visando estimular, desde a vacinação dos recém-nascidos até a prevenção de doenças infecto-parasitárias nas crianças em geral.

5. Melhorar a saúde das gestantes. A Grande Síntese também oferece assistência por meio de seus projetos de cura, os quais promovem a saúde materna e ajudam a reduzir a mortalidade infantil. O programa também oferece orientações sobre a prevenção do uso de drogas.

6. Qualidade de vida e respeito ao meio ambiente. Desmatamento, o desperdício de água e a produção excessiva de lixo são alguns dos problemas mais graves enfrentados pela humanidade. Cuidar do meio ambiente deve fazer parte de nosso dia-a-dia. Apesar do Brasil ter aproximadamente 12% de toda a água doce do planeta, 22 milhões de pessoas não têm acesso a água de boa qualidade. O incentivo ao uso racional de água e energia; ao plantio de árvores; a implementação da coleta seletiva e a divulgação do benefício de produtos biodegradáveis ou recicláveis; os mutirões de limpeza e a prática de ações simples como não acumular lixo em casa, em terrenos, praias, rios e mares constituem algumas das diretrizes que orientam os projetos da Grande Síntese

7. Todo mundo trabalhando pelo desenvolvimento de todos. Norteada pelo princípio da não-ofensividade, a Grande Síntese promove ações que estimulam a defesa dos princípios da paz, respeito, solidariedade, compaixão, companheirismo e amizade. O sucesso dos seus projetos de voluntariado centra-se na convicção de seus membros de que “juntos cada um é mais”.

8. Por um mundo livre das drogas. O Projeto Reviver recupera pessoas com problemas de adicção. A ideia de que a vida só tem sentido “aqui” e “agora” tem levado as pessoas, principalmente os jovens, a desejarem que a sensação do prazer imediato se torne o mais prolongado possível. Esta sensação tem sido alcançada por meio do contato com algumas substâncias exógenas (externas) e endógenas (produzidas pelo organismo) que ao interagirem com os receptores cerebrais oferecem sensações que alteram o seu estado normal de funcionamento. Este estado pode ser de euforia, bem como de inquietude, paranóia e medo. As sensações variam dependendo do tipo de droga. Mas, todas elas atuam no mesmo local – no sistema nervoso central e são as chamadas "psicotrópicas”, ou seja, atuam sobre nosso psiquismo (o que sentimos, pensamos e fazemos) e trópico - "ter atração por".

Os voluntários do Projeto Reviver trabalham para a melhoria de vida dos internos com ações que sensibilizam também os familiares e amigos, para que estes não estimulem o consumo de bebida alcoólica por crianças e adolescentes, contribuindo para prevenir o alcoolismo e suas consequências. As palestras orientam sobre as adicções em geral, alertando, inclusive, que o cigarro também é droga e causa dependência química, psíquica e aumenta o risco para o desenvolvimento de doenças graves como o infarto, derrame e o câncer.

Para saber mais, veja também:

http://www.objetivosdomilenio.org.br/meioambiente/http://www.objetivosdomilenio.org.br/meioambiente/

http://www.fiocruz.br/biosseguranca/Bis/infantil/direitosdoidoso.htm

http://www.ruaviva.org.br/transito/index.html

http://www.alana.org.br/CriancaConsumo/Projeto.aspx

http://mdemulher.abril.com.br/casa/reportagem/meio-ambiente/pequena-ambientalista-654626.shtml

http://mdemulher.abril.com.br/bem-estar/reportagem/viver-bem/6-atitudes-sustentaveis-adotar-dia-dia-637351.shtml

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